O que aprendi sobre o tempo com as Estruturas Libertadoras
Você já ouvir falar sobre Estruturas Libertadoras? Pois é, eu não conhecia, até que uma amiga me falou sobre uma imersão que aconteceria aqui no Brasil. Curiosa, fui estudar sobre o assunto e, quando menos esperava, lá estava eu participando da imersão.
As Estruturas Libertadoras são formas diferentes de se reunir, planejar, decidir e de se relacionar em grupos. A proposta é trabalhar em microestruturas e, de uma forma simples e rápida, mas poderosa, conseguir resultados incríveis com o grupo. Impossível de se descrever, totalmente apaixonante de se viver!
Embora pareça paradoxal, ter uma estrutura que se proponha a libertar, faz todo o sentido quando passamos por elas (são 33) e, de verdade, mudou a minha vida para sempre no que se refere à gestão do tempo.
Quando facilitando conversas em grupo, era frequente eu ter dificuldades em cumprir o tempo estabelecido para determinada atividade, pois quando observava o grupo trabalhando, pensava na riqueza daquele momento e no quanto era importante para eles estarem ali reunidos. Eu me sentia faltando com o respeito quando tinha que encerrar a atividade no tempo correto, fazendo intervenções durante uma conversa ou pensamento, ainda que isso tivesse sido combinado com o grupo desde o início.
Bem, foi uma grande e feliz surpresa quando me deparei com a figura de uma tesoura no primeiro (de pouquíssimos) slides no início da imersão. O contrato com o grupo já era de que tudo o que não fizesse parte do contexto e que não ajudaria o grupo a chegar ao objetivo final, seria cortado… e ponto. Simples assim! Isso, por si só, já foi uma grande libertação para mim!
Com o passar das horas, a pressão do tempo para que as Estruturas fossem seguidas à risca, tal qual foram concebidas, foi fazendo mais e mais sentido. Percebi que o que era importante mesmo aparecia nos primeiros momentos da discussão. Quanto mais tempo o grupo tinha, maior a tendência de perdermos o foco e iniciarmos as divagações. Com o tempo, os grupos iam se organizando de tal forma que a gestão do tempo passou a ser do grupo, e não mais dos facilitadores. E dava certo! Os aprendizados foram potencializados e aconteceram com poucos minutos na vivência das Estruturas.
Os facilitadores da imersão trouxeram a reflexão de que todo sistema precisa de pressão para funcionar. Isso é perceptível, principalmente com relação ao tempo. Não é à toa que as Estruturas Libertadoras contam com duas máximas:
1. É preciso controlar o processo para se alcançar o resultado determinado.
2. O grupo é sábio e vai encontrar o melhor caminho a partir da percepção de seus próprios integrantes.
Um processo sob controle permite ao grupo experimentar a liberdade na busca pelos melhores caminhos. Um processo não controlado, ou descontrolado, nada mais nos demanda do que ficar “apagando incêndios”, o que limita o potencial para ação, para a colaboração e para a inovação.
Bettyna Gau Beni é consultora de empresas e cofundadora da Evoluigi.