Carreiras Reais: A minha história
Bettyna Gau Beni
Consultora e cofundadora da Evoluigi
Iniciei o que considero a minha carreira formal como estagiária de secretariado em uma grande multinacional do setor automotivo. Fui aprovada no processo seletivo pouco tempo depois de entrar na faculdade de Secretariado Executivo Bilíngue, após ter cursado um ano de Letras, sem sentir que era o que eu buscava de fato.
Amei o curso e passei a me dedicar muito para que a carreira desse certo. Tanto me destaquei e fui sendo reconhecida que, aos 26 anos, já era secretária do CEO de uma multinacional do segmento de produtos para camping e equipamentos outdoor.
A confiança no meu trabalho me levou a acumular as responsabilidades de um tímido RH e passei a dominar temas como legislação trabalhista, ouvindo as dores dos colaboradores e tentando conciliar tudo com os interesses da empresa.
As coisas foram mudando e evoluindo até que decidi me dedicar ao RH de fato e fui buscar uma pós-graduação na área. Essa foi a primeira grande transição de carreira. Nessa época eu atuava em uma gigante do mundo das telecomunicações.
Aprendi demais e depois ainda atuei em outras empresas, outros mercados, outras culturas. Sempre na área de RH.
Até chegar a minha vez de implantar um RH do zero!
Sim! Um super desafio em uma empresa nacional que, na época, era líder em seu segmento de mercado.
Os anos se passaram e a segunda grande transição de carreira chegou. Sem muito planejamento, mais por conta das restrições do mercado de trabalho, me vi entrando para o mundo da consultoria de RH e facilitação de treinamentos. Não demorou muito para eu perceber que o que mais amava fazer era cuidar das pessoas através de processos de autoconhecimento.
Me especializei em algumas ferramentas de assessment (análise de perfil), e percebi o quanto a devolutiva que dou para as pessoas abre caminhos para que elas percebam e reconheçam os seus recursos, ou pontos fortes, se tornando mais confiantes para demonstrar todo o seu potencial.
A autoconsciência leva ao autoconhecimento e à autoconfiança.
E isso é lindo demais!
Tudo o que me cobrei ser forte, dura, assertiva durante os meus anos de atuação no mundo corporativo, agora não fazem mais sentido. Eu me lembro de sofrer muito com algumas decisões e comportamentos que eu demonstrava, simplesmente por entender que o ambiente me demandava aquilo.
Sem querer fugir à qualquer responsabilidade, mas hoje entendo mais profundamente como o ambiente nos molda e o quanto pode ser tóxico para uma pessoa um ambiente que não favoreça que ela seja ela mesma.
Mas as pedras no caminho me ensinaram muitas coisas. Inclusive a me dedicar ainda mais, de corpo e alma, àquilo em que acredito. Também me ensinaram a ser mais gentil e acolhedora comigo mesma, e deixar ir aquilo que não me serve mais.
Em minhas consultorias, mentorias e processos de coaching, eu falo muito sobre mudança e transformação. Comecei a perceber o quanto eu estava sendo incongruente quando não olhava para minhas próprias dores antes de pretender ensinar aos outros algo sobre isso.
Foi então que me aprofundei nos estudos sobre o corpo e encontrei as respostas para todas as perguntas que ainda ficavam rondando a minha mente.
Nesses estudos descobri uma metodologia de análise corporal que me permite chegar aos padrões de funcionamento da mente de uma pessoa, explicando seus recursos, suas dores e seus conflitos. Esse conhecimento está me levando à minha terceira transição de carreira: uma evolução do que já me proponho a entregar.
Com a utilização cada vez mais frequente dessa metodologia, seja de forma direta através da contratação da análise corporal, seja de forma indireta, utilizando esse conhecimento para facilitar processos de autoconhecimento de forma mais rápida, eficaz e profunda, os resultados que tenho obtido são simplesmente incríveis.
Nesse exato momento percebo o quanto a minha vida mudou e o quão realizada estou. Os meus estudos me colocam constantemente em frente ao espelho. Tenho me olhado o tempo todo e, ainda que algumas respostas doam, elas também trazem possibilidades infinitas.
E, a vida é sobre isso mesmo, não é?
