Action Learning e o poder do diálogo
Durante a Conferência Internacional de Action Learning do Wial, realizado aqui no Brasil no mês de Setembro de 2019, tive o privilégio de participar de uma palestra sobre Cultura Conversacional, que abordava o poder do diálogo. Nunca havia parado para pensar sobre o fato de uma conversa poder se apresentar em diversos tipos. Alguns deles são: debate, deliberação, discussão e o diálogo. E mais: uma única conversa pode apresentar os diversos tipos.
Os quatro tipos apresentados são importantes e cumprem um propósito específico, mas o grande foco foi para o diálogo, que realmente faz falta nas organizações hoje em dia.
A proposta deste tema durante a conferência era entender como o Action Learning, uma metodologia para solução de problemas usando o poder das perguntas enquanto o grupo desenvolve habilidades de liderança, pode ajudar uma organização a convergir suas conversas para diálogos, com o objetivo de humanizar as relações.
Bem, de fato, sendo o diálogo uma conversa onde há interesse genuíno na pessoa, não importando muito o assunto, já que o objetivo é criar maior interação para conhecê-las além do perfil profissional, acredito que o Action Learning realmente facilita e é capaz de fomentar esse olhar para o humano.
Como metodologia, existe um roteiro a ser seguido, mas somente para garantir que o processo de aprendizagem aconteça. Então, é assegurado a cada participante da sessão o poder da palavra, e, para o grupo, o grande ganho é a escuta, aprender a ouvir o outro para aprofundamento no entendimento do problema, observando-o de outros pontos de vista, até chegar ao entendimento de qual é o problema e de como ele realmente se apresenta.
A medida em que uma cultura se abre ao Action Learning e passa a praticá-lo, as habilidades de liderança vão se desenvolvendo e se fortalecendo, passando a fazer parte da nova cultura. Uma cultura onde as pessoas podem falar e ser ouvidas é uma cultura capaz de aprender e atingir novos patamares de confiança. Como resultado, as organizações atingem os seus objetivos e metas a que se propõem, pois estas passam a fazer parte de uma visão compartilhada.
Patrick Lencioni, autor do livro “Os 5 desafios das equipes”, coloca a confiança na base de uma pirâmide, onde, no topo, estão os resultados da organização. E ele está certo. O interesse genuíno nas pessoas, demonstrado através de diálogos, leva à confiança, que permite o conflito de ideias, gerando o comprometimento, que, por sua vez, leva à responsabilidade e permite que os resultados sejam atingidos.
Sendo o Action Learning uma poderosa ferramenta para ouvir e ser ouvido, ele tem um grande poder de transformar conversas em diálogos, mudando a cultura de uma organização ou de qualquer outro lugar.
E você? O que pensa sobre isso? Disposto a conhecer o Action Learning?
Bettyna Gau Beni é coach de Action Learning, consultora e cofundadora da Evoluigi.